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Eco sustentável

Orson Wells

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quinta-feira, 28 de maio de 2009

A árvore da borracha





O cauchu regressa em força













A procura mundial de cauchu natural não para de aumentar. Deverá mais do que duplicar dentro de um quarto de século. Os pequenos produtores dos países ACP poderão tirar partido desta situação se forem apoiados e incentivados a plantar e a cuidar das héveas.
A cotação do cauchu natural não cessa de se valorizar. Graças às suas qualidades excepcionais de elasticidade e impermeabilidade, o látex retirado da hévea (Hevea brasiliensis), uma árvore cultivada exclusivamente em zonas tropicais, é mais do que nunca indispensável à indústria. As suas propriedades permitiram-lhe resistir à concorrência do cauchu sintético proveniente da indústria petroquímica, que levou um golpe com a alta do preço do barril. Apesar dos prognósticos sombrios dos anos 80, o látex aguentou-se bem (40% da produção mundial de elastómeros) face ao seu rival sintético (60% em média). Os argumentos ecológicos também jogam a seu favor: a hévea capta importantes quantidades de carbono e protege os solos da erosão.
A procura de cauchu natural, utilizado em 75% para o fabrico de pneus é estimulada pelo rápido crescimento da indústria automóvel chinesa. Consequência: a cotação do látex no mercado mundial aumentou 58% entre 2004 e 2006. O consumo global deverá ainda aumentar 5,3% este ano e 6,8% em 2008, para atingir 10,03 milhões de toneladas (Mt), estimam os peritos do International Rubber Study Group (IRSG). Ultrapassará então a produção prevista para 2006 de cerca de 9 Mt assegurada em 94% pela Ásia (ver quadro). E segundo o grupo da Costa do Marfim SIFCA, "o mercado mundial deverá duplicar até 2034 para atingir 18 Mt de cauchu natural, o que exigirá a criação de 4 milhões de hectares de novas plantações às quais se acrescentarão as replantações em 8 milhões de hectares existentes".
Está na altura de plantar
Estas boas perspectivas a longo prazo são uma oportunidade histórica para os pequenos plantadores dos países ACP, como por exemplo a Costa do Marfim, que, contrariamente aos grandes blocos produtores de látex, não estão condicionados pela falta de terras. No mundo tropical, cerca de 30 milhões de pessoas praticam a cultura de héveas em cerca de 8 milhões de hectares. Dominam as plantações camponesas inferiores a 2 ha. Entre os países ACP, os Camarões, a Costa do Marfim, o Gabão, o Gana, a Libéria e a Nigéria, beneficiam da proximidade com a Europa para escoar a sua produção. A Papua-Nova-Guiné vende o seu látex à Austrália. Programas de novas plantações e de rejuvenescimento das antigas estão em estudo por todo o lado ou estão já a ser lançados por operadores privados. Em África, o sector da hévea, privatizada no final do século passado, encontra-se agora mais do que nunca dependente dos grandes fabricantes de pneus como o francês Michelin ou o japonês Bridgestone-Firestone, presentes em todos os estádios.
A héveacultura tem a vantagem de proporcionar aos pequenos produtores um rendimento regular e duradouro praticamente ao longo de todo o ano. Mas exige um grande investimento inicial para a aquisição de material vegetal produtivo - investimento que a maioria não pode realizar. Todavia, o rendimento obtido com a venda de madeira das árvores velhas, muito procurado nomeadamente para a fabricação de móveis, pode ser reinvestido em novas plantações. Os mecanismos de remuneração da fixação do carbono também são uma oportunidade de financiamento de novas plantações.
Principais países produtores de cauchu natural em 2005
Outro constrangimento, o hévea apenas inicia a sua produção ao fim de 4 a 6 anos e não fornece o máximo de látex senão aos 15 anos. É possível limitar esta falta de retorno inicial associando as jovens héveas a culturas alimentares (arroz, inhame, amendoim, milho, banana pão, legumes) ou culturas industriais (ananás, café...) como mostraram ensaios conduzidos na Costa do Marfim pelo Centro Nacional de Investigação Agronómica. O tratamento das héveas e a sua sangria para recolher o látex são operações que exigem uma formação técnica na qual insistem os programas heveícolas.
Boas práticas culturais
Más práticas esgotam as árvores e tornam-nas vulneráveis às doenças como a sangria seca e a necrose da casca. Esta última é devida à excessiva exploração e ao stress hídrico, segundo trabalhos do Instituto de Investigação sobre o Desenvolvimento (IRD), França. Um dos grandes desafios actuais da investigação heveícola é desenvolver clones simultaneamente produtivos e resistentes ao fungo Microcyclus ulei que arrasa as héveas da América latina e central; trata-se de evitar que ele atinja a África e a Ásia.
Os pequenos e médios agricultores necessitam de variedades mais produtivas e adaptadas ao meio rural, e, como as grandes plantações industriais, de técnicas de sangria mecanizadas afim de limitar o recurso a uma mão-de-obra demasiado importante. Isto permitirá sobretudo tornar a recolha do látex menos penosa, particularmente nas imensas plantações da Libéria, onde as condições de trabalho e de vida dos seringueiros não são dignas. Os pequenos produtores aspiram igualmente poder melhor vender e valorizar a sua produção, realizando, eles próprios, alguns tratamentos pós colheita. Importa igualmente agruparem-se se pretendem ganhar peso face aos gigantes do cauchu.







train entreteriment


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